QUANDO

 QUANDO

Miguel Eduardo Gonçalves       (In memoriam)

 

Quando o sol estiver a pino regulado
E for um abraçar maior que pegue o mundo

O tempo será claro, azul, arregalado
Vestido só de céu como um olhar profundo


E nós seremos vento em fogo aclimatado
Que o desejo clame e se faça num segundo
Cheio de amor querendo esse calor danado
Exultante paixão, hábito em que me inundo


Para ganhar o sussurrante murmurar
Escancarado sexo como nunca dantes
Porque tens boca de beijar, saborear


Caleidoscópio de carinhos acirrantes
Seja única via ao cais para abrigar
Palavras as mais inúteis, porém galantes.




Comentários