QUEM FOI ARNÓBIO DURÃES?
(Focalizado
em meu livro CAMINHOS DO JORDÃO DA BAHIA, páginas 79/81)
Filemon
Martins
ARNÓBIO
DURÃES nasceu no antigo Jordão, hoje Ipupiara no dia 25 de setembro de 1921,
filho de Rufino Alves Durães e Dionília Durães. Rufino Durães era filho de
Agostinho Durães e moravam em Salto de Pedra, Município de Gentio do Ouro,
antes de se mudarem para a Vila do Jordão. Arnóbio casou-se com Odete de Araújo
Durães, nascida na Vila do Jordão em 01 de abril de 1926, filha de Ana Joaquina
de Jesus, tendo sido criada por Cipriana e João Bessa. Juntos, tiveram os
filhos: Nivaldo Alves Durães (falecido), Antonio Alves Durães (falecido),
Ademar Durães (falecido), Ademilton Durães, Rufino Durães Neto, Irene Durães de
Souza, Arnóbio Durães Filho (falecido), Maria do Carmo Durães (falecida), Adelson
Durães (Pastor da Igreja Batista Renovada), Ari Durães, Alberto Durães
(Professor na rede municipal), Abimael Durães (falecido) e Odete Durães Filha
(Empresária, proprietária do Hotel Ipupiara). Uma família extraordinariamente
grande. Os descendentes diretos deste casal, são: além dos 13 filhos, 33 netos,
61 bisnetos e 10 trinetos.
Arnóbio
Durães quando criança estudou em Ipupiara, depois em Barra do Rio Grande e por
fim em Juazeiro, na Bahia.
Seus
pais, Rufino e Dionília Durães, moradores de Ipupiara se mudaram para Morpará,
onde residiram por algum tempo, após foram para Fazenda Nova, no Mocambo e em
seguida Arnóbio Durães e família se transferiram para a Fazenda Queimadas, onde
viveu 50 anos. Nesse período ele foi agricultor e criador de gado em sua
Fazenda, já no Município de Morpará, às margens do Rio São Francisco, Bahia.
Posteriormente,
Arnóbio Durães, já em Ipupiara, antiga Vila do Jordão, comprou um caminhão com
o qual viajava até Morpará e comprava cereais nos Vapores que lá ancoravam para
revender em Ipupiara e região. Por um período, o Sr. Nelson Estevam de Sousa,
que foi casado com Dona Almerinda, minha tia e mãe de Cleonice, Carmem, Ester e
Carlito, foi motorista do caminhão do Sr. Arnóbio nessas viagens a Morpará,
numa época em que as estradas eram péssimas. A propósito, um fato curioso:
Nelson, o marido de Almerinda desapareceu em 1958 e nunca mais deu notícias.
Família
numerosa, é preciso registrar que sua esposa Dona Odete de Araújo Durães foi
dona e administradora de uma pensão em Ipupiara, ajudando no sustento e
educação dos filhos.
Sabe-se
também que o Sr. Arnóbio Durães exerceu o mandato de vereador em Ipupiara,
entre 1959 a 1962 na gestão do então prefeito José Antonio dos Santos (Dedé),
quando o cargo de vereador nem salário tinha.
Era
eu adolescente quando o conheci em Ipupiara. Éramos, digamos, vizinhos. Meu
pai, Adão Francisco Martins era amicíssimo dele e em certa ocasião, o Senhor
Arnóbio provou ser valente e corajoso. A história é mais ou menos assim: minhas
duas irmãs Marli e Nina são mais velhas que eu, eram moças solteiras. E numa
noite qualquer um conquistador desavisado tentou entrar em casa galgando os
muros de nossa morada. Não conseguiu o feito, mas deixou minhas irmãs
assustadas e meu pai preocupado com a situação. Cidade pequena, todos eram
amigos e meu pai relatou o ocorrido para o Senhor Arnóbio, nosso vizinho e
outros amigos que estavam no grupo. Arnóbio disse ao meu pai: ¨se você quiser à
noite pego a minha espingarda e fico na sua casa, à espreita. Se o ¨Don Juan¨
tentar entrar de novo, eu passo fogo nele e aí a gente vai saber quem é¨.
Aquela
conversa deve ter saído do grupo e se espalhado pela pequena cidade de tal
forma que o galã conquistador nunca mais tentou entrar em nossa casa.
Arnóbio
Durães, tornou-se um cidadão e patriarca exemplar de Ipupiara, morador
centenário da cidade, merecedor de nossa gratidão e respeito pela vida, pelas
lutas e adversidades que enfrentou sempre altivo e de cabeça erguida.
Arnóbio
Durães silenciou hoje em Ipupiara, dia 17/04/2022, no Hospital Guilhermino
Pereira Machado, onde estava internado, conforme me informou sua filha Odete
Durães Filha. Meus sentimentos à família.
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