AQUELES CORPOS COLADOS

 

AQUELES CORPOS COLADOS

 Odir Milanez da Cunha  (In memoriam)

 

 

Nossos corpos colados na ternura

da valsa, vinda ao toque de um piano,

fugiam à fúria do cotidiano,

pairando passos de pureza pura!

 

A minha mão moldava-lhe a cintura,

temente da desdita d'algum dano,

pois seu porte portava o puritano

dos conceitos de casta criatura!

 

Valsamos vezes mais, no mesmo alinho.

Éramos moços! Eu, um bailarim,

e ela a inocência do carinho!

 

Perdemo-nos na vida do sem-fim.

Mas, até hoje, quando estou sozinho,

plange um piano valsas para mim!

 

 

JPessoa, 02.03.2011

(FONTE AVBAP)

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