MEDO DAS TREVAS
Mário Ribeiro
Martins
Nos dolentes
caminhos desta vida
parei chorosamente pra pensar:
- vi o passado - que grande ferida!
- Vi o presente - que tempo vulgar!
Com quase a minha fé desfalecida,
desvendei o futuro a me acenar:
contemplei minha nau quase perdida,
do encapelado mar se retirar.
Encosta, encosta, encosta foi meu brado,
quando saiu meu grito desvairado,
a nau chegou ao cais lá no porvir.
Que tremenda visão eu tive agora!
Que sonho! Que beleza! Amável hora,
pois acordei morrendo de sorrir.
(MISCELÂNEA
POÉTICA- RECIFE - 1973)
Comentários