QUEM FOI RUTH ISABEL
DE SOUZA?
(Republicado com
informações adicionais)
Filemon Martins
RUTH ISABEL DE SOUZA nasceu em Minas Gerais, onde fez seus
primeiros estudos. Formou-se professora e em 1950 foi nomeada missionária
professora para lecionar em Tocantínia, na época Estado de Goiás, hoje
Tocantins. Dirigia o ensino fundamental da Escola Batista, 1ª e 2ª séries e
fazia o trabalho da secretaria. Em 1951 passou a cuidar do internato feminino.
Dirigia também um ponto de pregação em Miracema do Norte, Tocantins. Em 1955
foi transferida para o Vale do São Francisco e no ano seguinte iniciou uma Escola
em Bom Jesus da Lapa, na Bahia, tendo o apoio do casal Bevenuto e Lindaura
Ribeiro. Em 1962 nova transferência a levou para Ipupiara, ainda na Bahia, onde
fundou e dirigiu a Escola Batista da Junta de Missões Nacionais. Era
responsável pela evangelização do Distrito de Ibipetum, juntamente com outros
membros da Igreja Batista.
Conforme registra o escritor Arides Leite Santos em seu livro
¨HISTÓRIA DOS BATISTAS EM IPUPIARA¨ ¨a Escola fundada pela JMN em Ipupiara por
intermédio da missionária Ruth teve um papel fundamental para a formação de
toda uma geração de crianças e adolescentes, graças ao reconhecido preparo das
professoras que formavam seu corpo docente¨.
O autor destas notas foi aluno da professora Ruth e é testemunha
viva das afirmações do Arides Leite Santos. A professora Ruth tinha um jeito
singular de lidar com seus alunos em classe. Em certa ocasião, este aluno em
plena sala de aula estava de blá blá com outros colegas de classe, enquanto a
professora Ruth discorria sobre algum assunto na lousa. De repente, um silêncio
sepulcral tomou conta do recinto, e quando demos conta da situação, a
professora e todos os alunos estavam nos observando. Então, a professora Ruth
com voz serena perguntou: - posso continuar a aula, professores? – Ficamos
brancos, vermelhos, envergonhados e quase sem voz respondemos: ¨pode sim
professora¨. Nunca mais fomos advertidos em sala de aula.
Casou-se com o Pastor Pedro Evangelista de Souza, que ficara
viúvo em 1963.
Mas não foi só em Ipupiara, ainda segundo registra Arides Leite
Santos em seu livro citado e conforme depoimento da missionária Margarida Lemos
Gonçalves a professora Ruth fez um trabalho extraordinário quando passou pelo
Tocantins, antes de ser efetivamente transferida para a Bahia: - ¨Assim que
chegou, adaptou-se aos embates do Campo, onde para uma escola com mais de 100
(cem) alunos havia apenas mais duas professoras. Na igreja assumiu vários
cargos, como 1ª Secretária, líder das Crianças e Mensageiras do Rei, diretora
de grupo da União Feminina. Visitadora da Congregação do Lajeado e Dirigente da
Congregação na cidade de Miracema. Com tudo isso, na escola cuidava das moças
do internato e se dedicava a duas classes do antigo Curso Primário e orientava
o Grêmio Literário.
Quando da visita do missionário L. M. Bratcher (Lewis Malen
Bratcher), Secretário Executivo da Junta de Missões Nacionais, desceu o rio
Tocantins, de canoa, com alguns irmãos, até a aldeia dos índios Xerentes, onde
dirigiu o culto que teve a palavra do obreiro americano, que muito ensinou aos
brasileiros, repetindo muitas vezes - ¨A PÁTRIA PARA CRISTO¨. Em dezembro de
1950 junto com outros irmãos da igreja fez o Natal dos índios com uma bela
reunião dirigida por ela e com a presença de 61 indígenas e 21 chamados de ¨civilizados¨.
Conforme informação de Maria Luiza Oliveira de Souza Dias, a
missionária Ruth era exímia organista e acordeonista. Com todo esse talento
ensinou, ensaiou e dirigiu grupos corais em todas as igrejas por onde passou e
trabalhou.
Hoje, seu harmônio e acordeão que tanto serviram no campo
missionário nas mãos da professora Ruth estão guardados com sua filha
Sebastiana Isabel, que, seguindo os passos da mãe, dirige uma congregação em
Juiz de Fora, MG, cidade onde faleceram seus pais, a professora Ruth e o pastor
Pedro Evangelista de Souza.
Nota do autor: infelizmente, o texto ficou incompleto, porque o
pesquisador não conseguiu informações completas sobre a saudosa professora Ruth,
como data de nascimento e morte. Outros dados relevantes não estavam ao alcance
da pesquisa. Registro aqui meu agradecimento a Maria Luiza Oliveira de Souza
Dias (filha do pastor Pedro) que colaborou com informações para este texto.
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