BRASIL MODERNO

 

BRASIL MODERNO

Filemon Martins

 

Quem são esses párias do destino

Que passam pelas ruas

Desamparados e oprimidos?

- São todos trabalhadores

Com o salário da fome.

Muitos não têm trabalho,

Muitos não têm saúde,

Vivem todos desnutridos,

- São todos descamisados.

 

E essas crianças abandonadas,

Crianças que passam fome,

Crianças que não têm nome,

Crianças que não têm lar?

E esses idosos tristes,

Cabelos brancos, cansados,

Que, uma vez aposentados,

São acusados de vagabundos

E vivem nesta imensa fila?

 

O povo já não tem norte,

Quer apenas um bom transporte,

Mas o trem parte lotado,

O ônibus sempre atrasado,

O metrô abarrotado.

É o caos na cidade grande.

 

Ganha dinheiro o empresário,

Mas o pobre assalariado

Recebe cada vez menos.

É mensalão, mensalinho,

É sanguessuga de plantão,

Tem até um petrolão.

Não há emprego, nem pão,

Nem arroz, carne e feijão,

Só se for a prestação,

Já que o dinheiro sumiu...

 

Eis o retrato do Brasil Moderno:

- Corrupção, luxo e desperdício,

Negociatas lá no Planalto,

Para o povo mais sacrifício,

A cada dia um novo assalto.

Primeiro Mundo, que horror:

- É a miséria total de nossa gente,

- É a falência de um povo sofredor.

 

Será esta a Justiça Social de que fala o Presidente e o Congresso Nacional?

 

 

 

 

 

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