FELICIDADE II

 

FELICIDADE II

Filemon Martins

 

Há uma seriguela no meu quintal,

E como eu me lembro!

Era apenas um pequeno caule

Quando eu a trouxe da Bahia.

Hoje, ela cresceu, ficou frondosa,

Carregada de frutos, garbosa,

É por todos admirada.

 

Quantas vezes nas tardes de domingo,

Deitado numa rede,

Como se faz no interior,

Eu me sinto feliz

Ao ver e ouvir os passarinhos

Em algazarras, gorjeios e carinhos

Numa felicidade sem fim...

 

E a minha alma se abre, fica leve

Ao ver que o mundo pode ser feliz.

Basta, às vezes, tão pouco:

Um simples gesto,

Uma palavra de amor,

Um aperto de mão,

Ou um sorriso acolhedor.

 

E fico a pensar que a Humanidade

Poderia, no mundo, ser feliz,

Se não fosse a ganância,

Se não fosse a maldade,

Se não fosse a mentira,

Se não fosse a inveja,

Como são felizes aqueles passarinhos

Que fazem festa

Naquela árvore do meu quintal!

 

 

 

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