MILAGRE DO NATAL
Filemon Martins
Há muito tempo uma mulher com uma criança viviam numa aldeia da
Judeia. Sem marido, ela fazia serviços gerais em casas mais afortunadas da
cidade. Com isso conseguia sobreviver e sustentar a si e sua criança. Sua
família era aquela: - ela e seu pequeno filho.
Certo dia, quando retornou da labuta, encontrou seu filho
ardendo em febre. A noite já cobria de escuridão àquela aldeia, não havia a
quem pedir socorro. Mesmo no escuro colheu algumas ervas e fez um chá para a
criança tomar. Esperou alguns momentos na esperança de que a febre cedesse, mas
isso não aconteceu. A criança gemia e chorava ao mesmo tempo. Sua mãe
desesperada saiu noite a dentro à procura de socorro, mas as casas já estavam
todas fechadas. Ninguém a atendia. Lembrou-se de que um homem já andara por
aquelas vilas fazendo o bem e curando enfermos: era Jesus de Nazaré, o filho do
carpinteiro e suspirou, dizendo em alta voz: - Ah, se eu encontrasse Jesus,
quem sabe ele iria até meu casebre socorrer meu filho. Mas, como e onde
encontrá-lo?
Pervagou por ruas e becos, mas nenhuma ajuda conseguiu. Cansada,
exausta, voltou para casa triste e chorando. Entrou, fechou a portinha do casebre
e diante do filho doente e sem esperanças ficou em silêncio. De repente, ouviu
alguém bater em sua porta. – Quem será a esta hora da noite? Atônita e curiosa,
abriu a porta e ouviu a voz de Jesus dizendo: - Aqui estou!
Obs.: Inspirado num poema que li há tempos, de Mário Barreto
França.
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